''O trabalho em UAN’s é
caracterizado como um processo de produção que utiliza intensivamente sua
mão-de-obra, vários autores consideram como uma atividade árdua,
de ritmo intenso, com
posturas forçadas, mantidas por longos períodos (MONTEIRO et al., 1997).
O desgaste humano é
provocado pelo trabalho repetitivo, freqüentemente realizado em condições
desfavoráveis (máquinas inadequadas, ruído excessivo, calor,
poeiras, gases e vapores, ausência de
pausa de repouso, horas-extras, etc) não é quantificável.
As atividades
desenvolvidas em UAN caracterizam-se por movimentos manuais repetitivos,
levantamentos de pesos excessivos e permanência prolongada por
períodos na postura em pé, ou
mesmo numa postura constrangedora (CASAROTO; MENDES, 1997). A postura é
determinada pelo posto de trabalho ou natureza da tarefa. Posturas inadequadas,
imediatamente ou com o decorrer do tempo, apresentam dor. A dor, mais
que a incapacidade, pode com
freqüência, ser o fator limitante para o bom desempenho do trabalhador. A postura
é tão importante para o desempenho das tarefas quanto para a promoção da saúde e
minimização de estresse e desconforto durante o trabalho (MONTEIRO et al, 1997).
Quanto aos aspectos
posturais nas atividades de UAN’s, Proença (1993, p. 42), salienta que diversos
autores questionam a necessidade da maior parte das atividades em UAN’s serem
realizadas em pé, sem nenhum tipo de apoio, além de observarem a
falta de adequação dos meios
de trabalho disponíveis, levando à manutenção de posturas
forçadas, principalmente nas
atividades de higienização de equipamentos, utensílios e
instalações, bem como naquelas ligadas
ao controle de comandos mal localizados.
O trabalho parado, em
pé, exige o trabalho estático da musculatura envolvida para manutenção da posição
referida provocando facilmente a fadiga muscular.
As tarefas que exigem
longo tempo em pé devem ser intercaladas com tarefas que possam ser executadas
na posição sentada ou andando, a fim de evitar a fadiga nas costas
e pernas e, também,
prevenir as varizes. Além disso, é necessário considerar que um
estresse adicional pode surgir
quando a cabeça e o tronco ficam inclinados, provocando dores no pescoço e nas costas
(CRUZ, 2001, p.85).
Por isso, é importante
projetar postos de trabalho que permitam alternar a postura sentada com a postura
em pé, mantendo um espaço mínimo para pernas e pés, como mostra a Figura 2 (DUL; WEERDMEESTER, 1995).
Figura 2 - Espaço
mínimo recomendado para pernas e pés na post
Para a configuração
dos locais de trabalho, a escolha da correta altura de trabalho é de essencial importância.
Assim, se a área de trabalho é muito alta, freqüentemente os
ombros são erguidos para
compensar, o que leva a contrações musculares dolorosas,
principalmente na nuca e nas costas.
Por outro lado, se a área é baixa, as costas são sobrecarregadas
pelo excesso de curvatura do
tronco, propiciando dores nas costas. Por isso, as mesas de trabalho devem estar de acordo
com as medidas antropométricas, tanto para o trabalho em pé quanto para o sentado (LEMOS,
1999, p.66).
Quando a mesma bancada
for utilizada por várias pessoas, sua altura deve ser regulável para atender
às diferenças individuais. Em trabalhos essencialmente manuais em
pé,
as alturas recomendadas
variam de acordo com a altura do cotovelo do operador e a natureza
do trabalho, como
mostra o Quadro 1 (DUL; WEERDMEESTER, 1995).
QUADRO 1 - Recomendação
de alturas para bancadas de trabalho em pé, considerando a altura do
cotovelo dos operadores e o tipo de trabalho. Fonte: DUL;
WEERDMEESTER. (1995).
Para as atividades como
mexer, picar e fritar, as mãos e os cotovelos devem permanecer abaixo do
nível dos ombros. Caso a permanência dos braços acima dos ombros seja inevitável, sua
duração deve ser limitada, havendo descansos regulares durante sua realização. (DUL;
WEERDMEESTER, 1995, p.38). A Figura 3 ilustra a posição correta das mãos.
Vários tipos de
tarefas exigem movimentos do corpo todo, pois atualmente, apesar de toda automatização do
trabalho, levantamentos manuais ainda são freqüentes e necessários. Entretanto, respeitar
os limites para o levantamento de peso e esclarecer sobre técnicas corretas na execução
desta tarefa podem evitar e/ou minimizar futuros problemas de saúde (MONTEIRO et al, 1997).
Segundo Proença
(1993), quanto aos aspectos posturais, a maioria das atividades nas UAN’s é realizada em
pé, sem nenhum tipo de apoio, além de observar a falta de adequação dos meios de trabalho
disponíveis, levando à manutenção de posturas forçadas, principalmente nas
atividades de higienização de equipamentos, utensílios e
instalações.
O trabalho parado, em
pé, exige o trabalho estático da musculatura envolvida para manutenção da posição
referida provocando facilmente a fadiga muscular. Além disso, há um aumento importante da
pressão hidrostática do sangue nas veias das pernas e o progressivo acúmulo de líquidos
tissulares nas extremidades inferiores favorecendo uma maior
incidência de varizes e edemas de
tornozelo (OROFINO, 2004).
Para MATOS (2000) a
Análise Ergonômica do Trabalho (AET) tem por objetivo a
análise das exigências
e condições reais da tarefa e análise das funções efetivamente
utilizadas
pelos trabalhadores
para realizar sua tarefa.
As considerações
sobre o sistema homem-máquina, a ser estudado no ambiente de trabalho, não
consideram o homem de um lado e o dispositivo de trabalho de outro,
mas sim sua inter-relação e
onde não se esquece de que o homem e sua máquina estão ligados, de
um modo determinante, a
conjuntos mais vastos em diversos níveis (CASTRO, 2002).
Em uma situação
ideal, a ergonomia deveria ser aplicada desde as etapas iniciais do projeto de uma máquina,
ambiente ou local de trabalho. Estas devem sempre incluir o ser humano como um de seus
componentes. Dessa maneira, as características do homem devem ser consideradas
conjuntamente com as características ou restrições das partes
mecânicas ou ambientais, para
ajustes mútuos (SANTOS, 2002).
Referência :
Lourenço, M.S. e Menezes,L. F. . Ergonomia e Alimentação coletiva: Análise das condições de trabalho em uma unidade de alimentação e Nutrição, Niterói , RJ , 2008.
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